Câmara de Vereadores aprova projeto de lei que reconhece o Baile de Masquê como Patrimônio Cultural em Santo Antônio
Foi aprovado na tarde de segunda-feira (30), o Projeto de Lei 361/2023 de autoria do vereador André Selistre (Progressistas), que reconhece o Baile de Masquê como Patrimônio Cultural e de relevante importância social e econômica para o município de Santo Antônio da Patrulha.
O projeto de lei, assinado por todos os vereadores, tem como objetivo oficializar e valorizar a importância desta tradição local, garantindo seu reconhecimento como parte integrante do patrimônio cultural de Santo Antônio da Patrulha.
O vereador André Selistre, autor do projeto, destacou a relevância e a sua contribuição do Baile de Masquê para a cultura e economia local ao longo dos anos. Ele enfatizou que a oficialização como Patrimônio Cultural é um passo significativo para preservar e celebrar essa tradição. O Projeto de Lei nº 361/2023 foi aprovado, por unanimidade, durante a 39ª Reunião Ordinária da Câmara de Vereadores, realizada na segunda-feira, dia 30. Os integrantes Ildo Pisoni, Jadir Peres de Pinho, José Claudio dos Santos Oliveira, Antônio da Silva Rocha Filho, Nestor de Souza Bitencourt e Luciano Gomes Peixoto estiveram presentes na sessão e puderam acompanhar as manifestações dos vereadores e logo após a votação.
O Baile de Masquê é um Grupo folclórico e cultural que existe na cidade de Santo Antônio da Patrulha, a mais de 200 anos, conforme referências das danças com máscaras no ano de 1778, nas festas populares e religiosas do Divino Espírito Santo e posteriormente introduzida na cultura popular “patrulhense”. Esta manifestação folclórica ocorria dentro das comemorações das festas do Divino Espírito Santo, era a parte profana da festa, ou seja, a festa dentro da festa. Dentro e no intervalo das Cavalhadas, após final da cavalhada no sábado à tardinha havia um convite pelos mouros para os cristãos de um baile de máscaras, na qual o grupo composto por mouros e cristãos e outros participantes se reuniram no palco onde tocava a bandinha das cavalhadas, sendo esta parte também um teatro com muito divertimento.
Conforme pesquisa recente, do historiador Luciano Peixoto, o grupo foi reorganizado por antigos dançarinos na localidade de Vila Palmeira, localidade do interior do município no ano de 1936 e separando das cavalhadas, sendo que a separação já havia ocorrido por volta de 1926. O grupo tem como principal objetivo promover, manter e divulgar esta manifestação dentro da cultura popular brasileira. Sendo este grupo o único do gênero no Estado do Rio Grande do Sul, ainda existente. Somente homens participam todos de máscaras femininas e masculinas. Crianças a partir dos 7 anos já podem participar com o incentivo de não se perder a tradição, mas o grupo também é composto por homens: Luciano Peixoto, Ildo Pisoni, Nestor Bitencourt, Jadir Peres, José Cláudio, Carlos Barcelos, Valdocirio Pereira, João Manoel, Sandro Leite, Cesar Augusto, Luiz Antônio, Altemir Corrêa, Tarsis Sayão, Benjamin Sayão, Antônio Oliveira, Luís Fraga, Osmar Adam, Fernando Boneira, Fabiano dos Santos, Luiz Fernando, Alesandro Silveira, Artur, Jorge Borges e o mestre do grupo, Antônio Rocha Filho, que atualmente tem 80 anos.
As características deste grupo folclórico têm sua base oriunda nas manifestações dos folguedos populares do Brasil colônia, trazidos e recriados pelos colonizadores europeus, tendo influências do tropeirismo que era rota em Santo Antônio da Patrulha sendo a primeira estrada aberta pelos tropeiros em 1731, que fez a ligação econômica do Rio Grande do Sul com o transporte de mulas e gado para o centro do país. Esta manifestação também recebe as influências açorianas devido ao povoamento ter ocorrido com a chegada dos açorianos para ocupação do território por volta de 1732 e posteriormente em 1752 com a vinda em massa dos açorianos para ocupação do território após o tratado de Madri em 1750.
Detalhes
Escrito por: Claudio Franken - Assessoria de Imprensa Categoria: Notícias Postado: 31/10/2023 Atualização: 07/11/2023 Acessos: 479